sábado, 15 de maio de 2010

Vida rara

Hoje já não tenho a dor me corroendo as beiradas. Disso sobrou saudade em abundância, alastrando-se em todos os espaços: lugares que andávamos, telefonemas infinitos, conversas ingênuas ou não. Todo meu caminho ainda contempla teus passos, teus laços inquietos de afeto, ansiedade, carinho e carência.

Confesso sem medo que se pudesse escolher... A saudade não seria a minha preferida e sim sua presença. Mas guardo sempre as palavras duras que me faziam pensar nos erros, sem deixar mágoa por serem realmente duras e sei, outras não soariam nem se encaixariam tão bem quanto as suas ainda se encaixam.

Quando resolvo falar dos meus dias ruins, dos medos, da insegurança eterna que parece não sarar, te toda essa confusão que me atormenta... Adormeço e ouço a música cantada tantas vezes, poucos dias antes do silêncio: “Sente o céu repara o mar que há muito mais pra eu te mostrar. Não chore não, não fique triste assim”

Mais uma vez recorro ao teu eterno dicionário de respostas certas ao que não compreendo sobre mim. Pergunto-me como alguém pôde estar tão por dentro. Estou começando a entender que achou uma fresta por onde pudesse passar e é assim que permanece presente.

Conto com tua companhia, hoje, mais suave, de intensidade mais branda e continuo tentando, seguindo com uma veracidade que não sei de onde veio, mas que provavelmente se orgulharia em falar, ou reclamar... Quem sabe!? E assim, me és a mesma delicada lembrança de sempre, branca neve, copo de leite.

Um comentário:

TMA joão pessoa pb, brasil disse...

como sempre, textos perfeitos!
cada vez melhor xuxu..
muitas saudades de você..

amo lili