sexta-feira, 30 de abril de 2010

soemêG

Ainda me trazem de bandeja novas experiências e nelas esse alguém que de um jeito ou de outro insiste em fazer parte da minha falta de espaço, não sei como, mas ele se espreme nesse corredor lotado e toma um lugar que pensei não existir. Chega me julgando com quatro pedras na mão: “Patricinha fútil!”

Odeio pré conceito (pré-conceito), bem que poderia ter odiado também sua revolta com essa gente que vive de aparência, corroendo por dentro um jeito de ser igual a você... a mim. Pelo menos te convenci a deixar as pedras no bolso, isso me incomoda bem menos. Baixar as armas, acalma os instintos, passa mais distante a idéia de que ainda pode atirar.

Outros sentimentos se encarregaram de tomar partido dessa história, suas concepções também eram minhas, suas visões e as minhas visões e ainda dificuldades que pareciam ter se dividido só para que cada um sentisse uma parte pelo outro, esse ar de igualdade a mim tão incomum, toma espaço também em você.

Versão masculina de mim, ou feminina de você...

E agora você deixa pegadas distantes em lugares que me fariam tão bem quanto fazem a você, sinto essa felicidade transbordar e chega a me sussurrar o bom ar que exala nesse tempo de saudade. E nossas conversas mesmo que durem horas, parecem curtas, pequenas e inexpressíveis nessa tela, tendo em vista a dimensão que alcançava nosso corpo ao transpirar as palavras.

Esses lugares comuns que ainda freqüento sentem e refletem a falta da naturalidade que tínhamos de estar presente. Naqueles tempos conseguíamos muito mais que a presença um do outro, eram dois sentidos de vida pelas ruas ecoando um jeito inquieto de dizer amizade.

E mesmo que tivesse a certeza de não mais te encontrar teria tudo que deixou tatuado, teria na memória oculta alguém tão incompleto quanto eu, teria tua irmandade me dizendo que és e sempre será dessa mesma tribo.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

PAGU

Rita Lee/Zélia Duncam
"Nem toda feiticeira é corcunda,
Nem toda brasileira é bunda.
Meu peito não é de silicone,
Sou mais macho que muito homem."

sexta-feira, 16 de abril de 2010

À PRIMEIRA VISTA

É pra ser perfeito, tem tudo pra ser, mas não é ... ou é? Será que essa tal perfeição é mesmo assim, cheia de altos e baixos, e pra ser perfeito precisa ser tão imperfeito afinal.

Quando os olhos desencontram-se sem querer, ninguém sabe quem é quem, aquele lugar desconhecido, com gente diferente, no meio de toda essa situação estranha...não há tempo de observar, e quando não se entende nada disso a gente apenas prova das emoções do momento, sentindo o suculento gosto do que virá.

Éramos e seremos sempre dois, metidos em tudo isso sem entender porquê! E quando tudo começa a se tornar mais digerível, é que se percebe os rostos ao lado. Os olhos aflitos por mais, os óculos escondendo o olhar curioso que responde a todas as perguntas sem mover os lábios, o medo da rejeição, vontade de entender o que se passa na mente de cada um, ou de todos de uma só vez.

Então, com o desembrulhar da nova aventura é que as mãos começam a se entrelaçarem e esses laços a se tornarem reais, afinidades que serão eternas à primeira vista ou desencantadas num segundo encontro, e ainda aversão que se tornará o mais forte dos laços, àqueles precedidos de nó cego (amor?)...

E então amigos, finalmente amigos...ah os doces encontros: conversas da mais sérias às mais estúpidas que nos traziam as melhores gargalhadas, aventuras daquelas de causar inveja a qualquer diretor de filme de ação e ainda, os rolos e bolos, poses e doces, encontros e desencontros, viagens e passeios, euforia e tédio.

Era pra ser à primeira vista, mas quem vai saber se não foi. Os olhos nem perceberam: viram tudo, mas não observaram os detalhes, na verdade um tesouro de detalhes, hoje são como brilhantes e não se deixam mais passar por despercebidos deslumbrando-se em cores ao toque de qualquer fresta de luz!

Então esses tais olhos confusos, entendem que o frio escorrendo pela espinha com a chuva e a água gelada já não importavam mais, que o calor “amigo” já não tinha o mesmo sentido, e jamais terá sentido outra vez...

I-N-O-V-E


E ontem se repetiu a cena, elas nove sentadas reunidas e unidas em olhares e conversas que mais parecem sonhos, mas como sempre decididas a conquistá-los. Entre as palavras haviam as gostosas gargalhadas que ecoavam em todo o lugar despertando a curiosidade de quem passasse e talvez até o desejo de estar entre elas e partilhar aquele assunto que as deixavam parecer jamais ter tido problema algum, e ainda dava pra ouvir os bons comentários: “elas são todas amigas!”.

Enfim, elas desistiram dessa história toda de festas e bolas e palhaços insossos, que nada chegavam perto do significado da conquista... gulosas como sempre elas querem mais! Dispostas a tudo, menos...a quase tudo, elas discutem cuidadosamente e desesperadamente empolgadas qual será o destino, as cotas, os rachas, lugares, preços, aventuras, riscos o que vale ou não a pena botar como meta e tudo mais que vier por consequência.

Sempre começando com os pés bem cravados no chão elas vão tecendo algumas possibilidades, não muitas, realmente é complicado conseguir assim tudo tão rápido. Complicado, na verdade complicado é tudo isso, se é pra ser complicado que seja. Que seja a mais complicada de todas as metas! Esquecendo dessa besteira de pés cravados no chão, vamos voar... e com isso lá vem mais coisas: familiares generosos, patrocínios, livro de ouro (por favor, livro de ouro só o modo de dizer, precisamos cortar alguns gastos. Voltando a realidade, precisamos cortas todos os gastos) enfim, vale a pena.

E lá vão elas fervilhando de expectativas, idéias e em mente um destino nada certo, mas que no mínimo com elas nove será o melhor.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Partido alto

Cássia Eller

“Deus me fez um cara fraco

desdentado e feio

Pele e osso, simplesmente

Quase sem recheio

Mas se alguém me desafia

E bota a mãe no meio

Eu dou porrada a três por quatro

E nem me despenteio

Aquele abraço pra quem fica mermão!"

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Um bem, meu bem

Aqueles caras que andavam aos trancos e barrancos amando saias e blusas e corpos e tudo mais, nem de longe passavam perto do que ela é, e sabe-se lá porque insistia em procurá-los, em mantê-los por perto. Sempre tirando o proveito mínimo que te ofereciam, achando que era tudo que se tinha, que não havia nada melhor que aquilo, sorrindo por uma mensagem ou um elogio que quase sempre não fazia sentido.

Esqueceu mesmo de reparar o singelo olhar que a rodeava e secava tudo além da vista: o ser! Aquele engolia a seco o som dos passos dela na calçada. Essa coisa toda é a receita clara e evidente do que ela sempre precisou. Ele com certeza saboreia toda saliva que passa através de um beijo de boa noite, e pede que cada segundo passe voando para que mais uma gota encerre a noite seguinte.

E ela? Ah ela agora parece viva... os olhos brilham ressaltando a maquiagem que nunca tinha ousado experimentar antes, nenhuma cor parece tão suculenta.Como descobriu esses tons de verdes e vermelhos? Como ele faz tudo isso? E ainda tem o abraço, que independente de quando carne envolva, recobre tudo que sente em seu corpo, parece que tudo que fica por fora daqueles braços não te pertence mais.

Essa é a parte que ela não sabia sobre ela mesma, essa é a parte da sua vida que jamais imaginou viver, essa é a vida que só a felicidade consegue narrar sem palavra alguma. Eh... ele consegue deixá-la em pedaços e refazê-la como se nada tivesse saído do lugar.

Agora ela navega nessa imensidão toda que te gerava pânico e descobre que sabe REaMAR !

domingo, 11 de abril de 2010

A mulher que eu amo

Roberto Carlos

A mulher que eu amo tem a pele morena

é bonita é pequena e me ama também

a mulher que eu amo tem tudo que eu quero

e até mais do que espero, encontrar em alguém

A mulher que eu amo tem um lindo sorriso

é tudo que eu preciso pra minha alegria

a mulher que eu amo tem nos olhos a calma

ilumina minha alma, é o sol do meu dia

Tem a luz das estrelas e a beleza da flor

Ela é minha vida, Ela é o meu amor

Seu amor é pra mim o que há de mais lindo

se ela está sorrindo eu sorrio também

tudo nela é bonito, tudo nela é verdade

e com ela eu acredito na felicidade

a mulher que eu amo é o ar que eu respiro

e nela eu me inspiro pra falar de amor

quando vem pra mim é suave como a brisa

e o chão que ela pisa se enche de flor

A mulher que eu amo enfeita minha vida

meu sonhos realiza, me faz tanto bem

Seu amor é pra mim o que há de mais lindo

se ela está sorrindo eu sorrio também

tudo nela é bonito, tudo nela é verdade

e com ela eu acredito na felicidade

sábado, 10 de abril de 2010

Do pó ao pó...

Antes passiva, pacata...hoje frenética e ansiosa! Amando demais, sonhando demais, perdoando, ERRANDO, fazendo, lendo, escrevendo, estudando, vagabundando, vivendo, amadurecendo demais... ando sendo tão intensa que nada me cabe mais por dentro, as coisas estão começando a extravasar e por mais que procure novas partes pra guardar, não cabe! O inesperado não se conforma em me consumir apenas uma parte ou pelo menos metade, tudo que encontro me digere como todo, e o medo que tanto me gostava, acho que esqueceu da amizade que nos apertava o peito, e não mais enxerga o perigo que ando me metendo: AMOR. E agora essa luz que me encandeia enquanto ando, me cambaleiam os passos, os atos e pensamentos, não me deixando mais enxergar o que via com tanta clareza. Não sei mais ser tão passiva, paciente! Seria bom esperar tudo acontecer, cada coisa ao seu devido tempo, hoje desejo desesperadamente controlar cada segundo que me escorre pelos dedos, desejo de verdade poder estar ou não presente em cada lugar e claro saber sempre conduzir as coisas daquele jeito sempre favorável ao meu gostar.

Pertenço agora a uma vida bem mais agitada, cheia de altos e baixos, de incertezas agora bem maiores, cheias de sorrisos e lágrimas que me cercam por dias inteiros. Mas ainda sinto falta de conversas na madrugada que não faziam sentido, mas me tomava todo tempo que desejasse e não me permitia pensar bobagens, era bom o doce som de um sorriso e do adeus que passava a certeza de que não duraria nada mais que o dia seguinte e assim deitar e dormir, sem precisar pensar no dia que passou e nem cogitar um futuro. Futuro... naquele tempo, ele que viesse, e tanto fazia o que queria trazer, o presente já me era o bastante e ele que esperasse tempo que fosse para tomar lugar no espaço que não deixava pra mais nada.

E hoje a parte vulnerável disso tudo me cansa os instintos, aparentemente indiferente, e por dentro um novo fervilhão de tudo que me fragiliza. Não posso mudar as regras, nem conduzir a carroça... só sendo extremamente equilibrada para manter-se imutável diante do incerto (AMAR) e definitivamente NÃO SOU.