quarta-feira, 16 de junho de 2010

Calcinhas

Em resumo, conversas! E é isso, mas com a livre e espontânea pressão que a amizade exige, extrapolamos nossa sei lá o quê que nos mantém em contato. Dicas, desabafos, saudade, fotos muitas fotos, detalhe esse se trata de paixão de ambas e os homens... Ah homens, esses rendem boa parte do nosso tempo em cada encontro.

E essa união tão distante ainda nos permite trançar os laços de afeto que nos torna cada dia mais perceptivelmente amigas. Perigo essas duas! De comprar bolsa, sapato, meia, blusinha e maquiagem, calça jeans nada haver com nada do guarda-roupa inteiro, de todos os absurdos sem noção e utilidade, de falar horas a fio de qualquer banalidade da vida de cada uma ou mesmo da de um alguém qualquer, dos desejos de um futuro nada próximo e talvez do passado não realizado, de um amor pra vida toda, do homem perfeito que precisa ser moldado e finalmente dos eternos namorados.

Elas não se encaixam na arquitetura restrita de amigas de baladas ou coisinhas em comum, são mais que isso, evoluíram de um olá de pai e mãe para um entrelaçar inteiro de famílias com direito ao atrevimento, nada permitido de minha parte, de chamar a MINHA mãe de mãe (ponta de ciúme). Mas o fato acabou sendo aceito com gosto por mera falta de opção.

De amiga passou a ser um colo, um ninho, um conselho, umas muitas baladas, um aconchego meio irmão, uma inútil reclamação, uma lembrança eterna do valor real da fusão amor-amizade, uma consultora de moda, uma lembrança de andar de bicicleta por toda cidade, um vago gostinho de brigadeiro, pizza e pipoca, um sorriso e aquele abraço símbolo de saudade, uma vitrola meio antiga responsável pelo despertar de um bom som, uma opção irreversível.

Aprenderam juntas a embalar os mais diversos assuntos em conversas saudáveis que fluem por um longo tempo, tempo esse que parece sempre curto. E falar daquelas histórias nem pensar, queimação de filme geral, isso tudo a gente abafa e comenta quando der vontade e/ou surgir mais uma oportunidade.

E ainda lembro-me daquela gente invejosa que não sabe ter amigo e quer um mundão em torno de si tentando movimentar esse espaço entre a gente. Que por sinal, de nada serviu tanta fofoca, agitação e má vontade. Tudo foi levado a pagode de nossa parte, na verdade acabou rendendo boas risadas da inveja alheia e coitados levaram ainda a má fama consigo como carga de tanta bobagem.

E o motivo de um scrap no Orkut, uma fofoca inventada por depoimento tem valor de saudade, de necessidade de contado e nem sempre reflete o interesse pelo assunto. Ela é o alguém que vem e vai e nunca deixa de estar aqui, sabe perfeitamente o valor de sermos e representarmos tudo isso. É o bom anexo no email, ou seja, nada mais que o detalhe gracioso do assunto.

Um comentário:

Joyce disse...

"E o motivo de um scrap no Orkut, uma fofoca inventada por depoimento tem valor de saudade, de necessidade de contado e nem sempre reflete o interesse pelo assunto".

Essa parte é a minha cara mesmo!Continuo a admirar a incrível facilidade que vc tem de escrever tão bonito e sucinto!Realmente coube nossa historia aih, ou melhor, o resumo dela.Afinal, a historia mesmo, nunca caberá!Eh como digo, existem melhores amigos, mas Shirley é Shirley.(ponto final)
Amo mesmo.JV