quarta-feira, 30 de junho de 2010

Com licença

Você pode, por favor, me dar espaço e me ouvir (ou talvez, mandar eu me calar)? Mas ainda quero espaço, espaço suficiente pra eu pelo menos passar, não vou pular a janela, quero porta aberta de verdade. E que seja do comprimento e largura que me encaixe, nada mais e nada menos que isso! Espremer-se pra passar em lugares cada vez mais estreitos cansa. Gosto de coisas difíceis, mas ta ficando difícil demais... Se der pra facilitar 5% de cada vez eu agradeço.

Sua vida não é tão pequena assim, eu sei. Andei reparando nos detalhes e descobri que ainda tem um espaço tão grande que me caberia quantas vezes desejasse entrar, mas você não facilita. Quando chego à porta, ela fecha, até mesmo a janela e continua traçada, ainda consigo ver a chaminé no alto, mas está alto demais pra alguém que com seu comprimento mínimo se esforça para que as pernas curtas alcancem ao menos subir os degraus. Não vou mais parar e te esperar sair, agora eu quero entrar.

Eu também estou tentando, ando me esforçando para aproveitar as frestas. Quero ir mais longe, chegar mais perto, quero mais, muito mais, mais confiança de ambos os lados. É bom te sentir assim tão perto de mim, mas pare só dessa vez e espere que eu chegue perto de você.

Já gritei demais, falei demais, já errei horrores e agora quero a paz do silêncio e da fala mansa que herdei daquele velho que admiro. Colabore! Na maioria das vezes não consigo me expressar e minha impulsividade não ajuda em NADA, mas estou disposta a deixar tudo isso de vez.

Qualidade minha... Aquele velho e teimoso poder de decisão. Caso aceite, te darei um pouco dele e em troca, se permitir receberei uma lasca de paciência. Afinal, to precisando. Esses dias, esse vai e vêm ta me revirando o estômago, consumindo a paz que costumava ser também qualidade.

Sempre falo demais quando é você o ouvinte, mas continuo esperando respostas que parecem nunca existir. Suas palavras mudas confundem tudo aqui dentro. Parece que se misturam em atos inesperados e acabo entendendo tudo errado. Fale, prometo me calar e ouvir tudo que quiser dizer. Mas, por favor, diga. Esse silêncio que tu exala, grita de um jeito que chega a me ensurdecer.

Dê-me a opção de pelo menos dessa vez estabelecer um diálogo, esses monólogos que eu já estabeleço frequentemente comigo não cabem entre nós dois. Prefiro de coração te ouvir falar muito, qualquer besteira, me critique, dica que estou errada, que não sei o que estou dizendo, seja claro, direto, se é isso que quer dizer não economize palavras, melhor faladas que perdidas.

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