Ainda me trazem de bandeja novas experiências e nelas esse alguém que de um jeito ou de outro insiste em fazer parte da minha falta de espaço, não sei como, mas ele se espreme nesse corredor lotado e toma um lugar que pensei não existir. Chega me julgando com quatro pedras na mão: “Patricinha fútil!”
Odeio pré conceito (pré-conceito), bem que poderia ter odiado também sua revolta com essa gente que vive de aparência, corroendo por dentro um jeito de ser igual a você... a mim. Pelo menos te convenci a deixar as pedras no bolso, isso me incomoda bem menos. Baixar as armas, acalma os instintos, passa mais distante a idéia de que ainda pode atirar.
Outros sentimentos se encarregaram de tomar partido dessa história, suas concepções também eram minhas, suas visões e as minhas visões e ainda dificuldades que pareciam ter se dividido só para que cada um sentisse uma parte pelo outro, esse ar de igualdade a mim tão incomum, toma espaço também em você.
Versão masculina de mim, ou feminina de você...
E agora você deixa pegadas distantes em lugares que me fariam tão bem quanto fazem a você, sinto essa felicidade transbordar e chega a me sussurrar o bom ar que exala nesse tempo de saudade. E nossas conversas mesmo que durem horas, parecem curtas, pequenas e inexpressíveis nessa tela, tendo em vista a dimensão que alcançava nosso corpo ao transpirar as palavras.
Esses lugares comuns que ainda freqüento sentem e refletem a falta da naturalidade que tínhamos de estar presente. Naqueles tempos conseguíamos muito mais que a presença um do outro, eram dois sentidos de vida pelas ruas ecoando um jeito inquieto de dizer amizade.
E mesmo que tivesse a certeza de não mais te encontrar teria tudo que deixou tatuado, teria na memória oculta alguém tão incompleto quanto eu, teria tua irmandade me dizendo que és e sempre será dessa mesma tribo.